quarta-feira, 30 de novembro de 2011

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Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte,
lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;
resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.
Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Inacreditável: Bank of America/Merrill Lynch paga R$ 250 mil a Lula para ouvir que um “operário sem um dedo, fez mais que Bill Gates e Steve Jobs”


Importantes convidados do Bank of America/Merrill Lynch, para assistir à palestra de Lula anteontem, na Casa Fasano, até se divertiram. Mas os que jamais tinham ouvido o ex-presidente falar em outros recintos sofisticados esperavam algo além do que presenciaram.

O banco americano pagou R$ 250 mil para escutar declarações como“Wall Street não gosta de mim, mas o chefe deles gosta” ou “tem que falar português em aeroporto americano, eles têm que entender o que a gente fala”. Bem como a crítica, com alguma razão, sobre a farta comemoração dos americanos pela morte de Bin Laden, “coisa de mau gosto”.

O conhecido jeitão do petista surpreendeu parte da plateia, onde se encontrava Thomas Montag, presidente do global banking do Bank of America. Que veio ao Brasil comemorar a autorização do BC à Merrill Lynch para se tornar banco múltiplo.

Tudo nos conformes, com Lula listando os feitos de sua gestão, dando inclusive um upgrade no seu famoso jargão “nunca antes neste País”, trocado por “nunca antes neste Planeta”. De modo veemente, e carismático, procurou tranquilizar os presentes em relação à inflação, citando e apontando várias vezes para Henrique Meirelles, que estava no salão.

Manifestou também absoluta confiança na política monetária de Dilma, e frisou que a alta da inflação é passageira.

Lula mais solto, o discurso que lia caiu no chão. E aí, o improviso se instalou. Afirmou que o Brasil só começou no século 21: “Quando peguei esse País, só tinha miserável. E eu, operário sem um dedo, fiz mais que o Bill Gates, Steve Jobs e esses aí”.

O ex-presidente lembrou também do tempo em que guardava sua marmita debaixo do tanque, chamando Marisa para confirmar. A ex-primeira dama já havia ido embora.

Entre os que assistiram à palestra de uma hora e meia, Lula elegeu alguns interlocutores. Entre eles Luiz Furlan, “não é só vendendo frango para a chinesada que se ganha”; Wilsinho Quintella, “esse está rindo de orelha a orelha com o lixo”; e também para Edson de Godoy Bueno; “nunca vendeu tanto plano para pobre”.

E conclamou os presentes à tirarem dinheiro do banco para investir no Brasil.

http://tomauma.blogspot.com/ 
                                          

domingo, 28 de agosto de 2011

Anatomia do abraço

O abraço é um ato de comunhão.
Quando abrimos os braços, 
abrimos também o peito, 
e na recepção de quem abraçamos, 
nos damos por inteiro.

O abraço permite que toquemos nossos corpos.
Encostam-se as pernas, tocam-se as coxas, 
os peitos se comprimem ao mesmo tempo
em que se dilatam.
- As vontades se afagam.

Nesse entregar-se sem pejo
recebemos em nosso peito, o companheiro.
As emoções, nesse momento,
se etrelaçam, as amizades se estreitam
e, mais que tudo, 
é no abraço 
que os corações se beijam.



                                                                #Osmar Casagrande

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Coitadinho, tão estressado

“Se há stress entre nossos vestibulando , não é por excesso de dedicação, por horas demais diante dos livros, mas por falta de hábito de estudar”.

A Senhora Deborah Stipek se preocupa com o stress dos seus alunos que tentam entrar em universidades hipercompetitivas. Poderiam ser mais felizes e tão bem-sucedidos se fossem para outras com menos nome. Corretamente interpretado, é um comentário pertinente. Contudo, ela é diretora do Departamento de Educação de Stanford e a nota saiu como editorial na revista Science, ambos prestigiadíssimos. Há o risco de ser mal interpretada no Brasil, onde alguns festejam as desculpas para a malandragem. Dito e feito, foi isso que lemos na nossa imprensa.
Entendamos o stress. Sentindo a ameaça de ser comido por uma onça, o corpo reage, reajustando o fornecimento de energia para cada órgão e preparando-se para fuga ou a luta. Hoje há menos perigos físicos, mas a reação é a mesma, diante de uma ameaça, seja o medo de levar bomba na escola ou perder a promoção. Porém, os caminhos do stress são tortuosos (além do que poderíamos explicar aqui). Em primeiro lugar, o que causa stress não é a ameaça em si, mas nossa insegurança de lidar com ela. Pesquisas mostraram baixo stress em advogados defendendo causas difíceis, o qual virava alto stress diante do trânsito engarrafado. Policiais de Los Angeles tomam facas de criminosos, perseguem bêbados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu relatório. Supressa! O stress só aparece na delegacia, absolutamente segura. A lógica é cristalina. O advogado passou anos se preparando para lidar como stress dos tribunais, mas não os imponderáveis do trânsito. O mesmo ocorre com o policial. Tomar facas é sua profissão. Escrever um relatório que pode ser criticado por seus superiores é terreno pantanoso.
Em segundo lugar, stress não é necessariamente uma coisa ruim. Pode ser boa. O ato de criação pode ser estressante. Tarefas desafiadoras podem ser estressantes e boas. Portanto, evitar o stress pode significar distanciar-se de realizações. Entras nas universidades de primeira linha é dificílimo. Mas é nelas que se concentram as melhores cabeças e de onde saem as melhores ideias e inovações. É por isso que ouvimos falar tanto de Harvard ou Stanford. Aliás, a professora Stipek trocaria seus orientandos por outros, de universidades mais fáceis?
Voltando à escola, o stress não tem a ver com o número de horas de estudo ou com a dificuldade do assunto ou sua chatice – mas com a falta de preparação para lidar com isso. Um coreano pode passar doze horas estudando, todos os dias, sem stress, pois é seu hábito. Um brasileiro que estuda dez minutos por dia vai ficar estressado se tiver que estudar meia hora. Uma pesquisa curiosa ilustra a desconexão entre o stress e suas causas. Verificou-se que alunos asiáticos ficavam estressados quando tiravam notas ruins, trazendo a vergonha à família e pondo em jogo sua reputação. Em contraste, americanos ficavam estressados quando tiravam notas boas, pois eram malvistos pelos colegas e xingados de nerds. Sofrer com o stress não é uma fatalidade. A solução é aprender a lidar com ele, como fazem os advogados e policiais citados. Achar que os alunos estão estressados porque estudam demais é parte do cacoete que explica nossos péssimos resultados nos testes internacionais.
Em uma pesquisa que realizei, foi possível notar que os alunos do supletivo dedicavam mais horas à televisão por dia do que ao estudo durante toda a semana. Outra pesquisa mostrou que, quanto mais elevada a série, menos o número de horas de estudos diários – com maior maturidade, deveriam estudar mais. Mesmo às vésperas do vestibular, as horas de preparação são poucas, até no ensino privado. Os números mostram: nossa educação combina uma jornada escolar curta com míseros minutos estudando em casa. É o pior dos mundos.
Previsivelmente, o editorial da Science logo despertou o instinto maternal nos nossos luminares: coitadinhos dos nossos alunos, tão estressados! Mas está errado, se há stress, não é por excesso de dedicação, por horas demais diante dos livros, mas por falta de hábito de estudar. Estressado é quem nunca estudou direito e, de repente, ouve dizer que para passar no vestibular é preciso mudar de vida. A solução não deve ser estudar pouco ou buscar um curso fácil, mas aprender a estudar e aprender a lidar produtivamente com o stress.



                                                                                              #Cláudio de Moura Castro (Revista Veja)